| Olhe por mais um nessa terra, Senhor do Bonfim | 
| Sem ter medo de colar, cheguei no sapatinho | 
| Trabalhador e ladrão irá se divertir | 
| Sou Sabotage, há tempos que Jesus pede assim | 
| Por que não? | 
| Mais uma vez, esse conselho, sim, vou seguir | 
| Mais uma vez, esse conselho eu vim pra seguir | 
| Há muito tempo, esse conselho eu venho buscando | 
| E é de Deus que eu preciso pra se-guir | 
| No Brooklin, lembrei, sim, foram várias leis | 
| Mil venenos, sofrimento passado ali dentro | 
| Por ali, tudo mudou, mas eu não posso moscar | 
| O que é aquilo? | 
| Lá vem tiro, é os pilantras, se pá | 
| (Plaw-plaw-plaw!) | 
| Submundo do subúrbio faz vítima em tudo | 
| Fuzil na mão, dominado, 'mão | 
| Alguém gritou: «sujou!» | 
| Nessas horas amarelou, merece uma pá de soco | 
| Por dar brecha, deixar goela ou morar na favela | 
| Uia! | 
| Espera aí, o Helião citou o Cicatriz | 
| Irmãozinho, na moral, na humilde, ajuda o crime | 
| Dando escassez, querem rir do meu fim | 
| Pode vir, não vou fugir, tô aqui, sou assim | 
| Por que não? | 
| Mais uma vez, esse conselho, eu vim pra seguir | 
| Mais uma vez, esse conselho, sim, vou seguir | 
| Há muito tempo, esse conselho eu venho buscando | 
| E é de Deus que eu preciso pra se-guir | 
| Zona sul (na zona sul, sim, na zona sul, sim) | 
| No Brooklin, aprendi viver (aprendi viver) | 
| E o respeito de um por um (de um por um, de um por um) | 
| Faz a paz prevalecer | 
| Ah, Senhor, é | 
| Pedir a Deus, outra vez, a razão | 
| Não vou ficar imóvel, irmão | 
| Quem me tirou, vou embaçar | 
| Eu não devo, eu não cagueto, pra pipoca querer me tirar | 
| Mas aí, senti firmeza ao ver o Xis gravar | 
| Que puta salve, na moral, os caras correm atrás | 
| Isto nos leva a crer: o rapper tem poder | 
| Várias histórias do planeta chegam pra você | 
| Canto pra loucos que me entendem | 
| Tô aqui, sou assim | 
| Se for do louco, a gente mesmo acende, então | 
| Fogo na bomba, o Mikimba disse, anteriormente | 
| Três tragadas, solta o preso, corre um beck, aí | 
| Mais uma vez, esse conselho, irmão, vou seguir | 
| Mais uma vez, esse conselho, sim, pra seguir | 
| Há muito tempo, esse conselho eu venho buscando | 
| E é de Deus que eu preciso pra se-guir | 
| Mais uma vez, esse conselho, sim, vou seguir | 
| Mais uma vez, esse conselho eu tenho que seguir | 
| Há muito tempo, esse conselho eu venho buscando | 
| E é de Deus que eu preciso pra seguir | 
| Zona sul (na zona sul, sim, na zona sul, sim) | 
| No Brooklin, aprendi viver (aprendi viver) | 
| E o respeito de um por um (de um por um, de um por um) | 
| Faz a paz prevalecer | 
| A essas horas, nem vem com historinhas e glórias | 
| Ou seja, histórias e glórias que não estão na memória | 
| Eu deixo um salve das ruas da sul para a sua, ladrão: | 
| É que o dinheiro nunca compre sua postura | 
| Então, breve | 
| Estou registrando e nunca esquece | 
| Por isso, meu vacilo, ô, gambé, nunca espere | 
| Vê se me esquece, sai fora, desaparece | 
| Deus é poderoso e, a nós todos, protege | 
| How, Rappin' Hood! | 
| Família sempre se ilude, discute | 
| Troca, boatos rolam | 
| Logo surgirão os disse-me-disse | 
| E o Cachorrão, sério, mesmo, tá longe do crime | 
| Há muito tempo, ele me disse: | 
| «A quebrada é embaçada | 
| Tem homem revistando homem, forjando de monte» | 
| Nas Espraiadas, lá na Conde | 
| Ali, quem eles catam, é óbvio que embaça | 
| O Peter, a Aline e o Casca caíram em cilada | 
| De vez em quando, a lei vai lá pra nos atrapalhar | 
| Choque, borrachada, bala perdida, coronhada | 
| Cotidiano violento na favela das Espraiadas | 
| Quem tem sorte, é forte, enfrenta, tenta catar | 
| Em plena praça, se pá, presenciei, não imaginava | 
| Puta salseiro no Itaú da rua Alba | 
| Agência desossada, PM acionada | 
| Celular na mão do Zé Povinho virou uma arma | 
| Que louco, sufoco, o malote tá com o louco, pipoco | 
| Agora, é cada um por si e Deus por todos | 
| A meio corpo, eu vejo um gordo enfiando bala | 
| Pra ser mais claro, parou de AR-15 aquela barca | 
| Impressionante, cena cinematográfica | 
| Central de Santo Amaro, Brooklin-Sul | 
| O tempo não para | 
| Não tem desculpa, só tem disputa | 
| País que vive a luta | 
| Se vem das ruas | 
| Pergunta curta | 
| Se liga, Juca | 
| Favela pede paz, lazer, cultura | 
| Inteligência, não muvuca | 
| Rap é compromisso | 
| Esse é meu hino que me mantém vivo | 
| Então, que seja breve e considere isso | 
| Branco e preto pobres não dão sorte contra o meritíssimo | 
| Então, vai arriscar? | 
| Se errar, tá perdido | 
| Tipo um portador do vírus, magoado, esquecido | 
| Sem minha mãe, sem meu irmão, só meus filhos | 
| Porque, do lado de lá da sul, fica esquisito | 
| E, pra provar, ladrão, o rap é compromisso | 
| Pra uns, pode até ser, pra maioria, não é viagem | 
| Favela do Canão (Broo-klin!) | 
| Sabotage | 
| Humildade me faz correr, ir atrás da paz | 
| Se puxa um beck, somente, não satisfaz | 
| Se embaixo do pontilhão das Espraiadas | 
| Eu vejo, ali, a molecada | 
| Que puxa um beck, não come nada | 
| Escuta um rap, dá uma paulada, os homens enquadram | 
| Tá na chuva, chuva vem pra molhar, yeaahhh | 
| Zona sul (na zona sul, sim, na zona sul, sim) | 
| No Brooklin, aprendi viver (aprendi viver) | 
| E o respeito de um por um (de um por um, de um por um) | 
| Faz a paz prevalecer |