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Дата випуску: 25.10.2018
Мова пісні: Португальська
O Verdadeiro |
Foi amor à primeira vista, na época dos 90 |
Boom Bap ali no deck, no cypher a primeira letra |
No tempo em que sem mics e mesmo assim havia entrega, festa a raspar na |
discoteca |
Ei, no tempo da descoberta |
Sem muita oferta, QY10 foi a nossa orquestra (a nossa orquestra) |
Sinto falta disto, tipo vício, no princípio, quando Hip-Hop na Tuga, |
'tava no seu início |
BC, BAC, Líderes da Nova Mensagem |
Era Family, a New Tribe, uma nova abordagem |
Eu bem puto, mas com rap na bagagem |
No Miratejo, atrás da praça, local da minha paragem |
As after-party no Cais do Sodré e a gente cuspir |
Esculpir sem saber o que estava para vir a seguir |
Beatbox, don’t stop a vibe era outra |
Dreads da Zona, Funky D, uma nova Rapública |
Quem lá estava sabe bem do que falo |
No tempo em que os filmes no cinema, tinham intervalo |
Matinés no Visage, Loucuras na Locomia |
No Johnny Guitar era onde tudo acontecia (Word Up!) |
Sempre curti o Boom Bap |
Não saía de casa sem a corrente e sem o cap |
Assumo, nesta questão o meu gosto é antiquado |
Posso ser imitado (Mas nunca igualado) (Gutto é Gutto) |
Quem eram aqueles putos de calças largas? |
Dropavam beatbox e com rimas meio amargas |
Um bando de irmãos, éramos apenas uma tribo |
E em cima do palco era quando me sentia vivo |
E quando nós precisámos, a música foi a cola |
Tuga, Cabo Verde, Guiné, Moçambique e Angola |
Descobri a negritude quando andava à deriva |
«Os blacks começaram a afirmar-se |
E a ter orgulho de serem blacks» |
Rondas de improviso à noite no meio da rua |
Versos eram cuspidos e deixavam a alma nua |
Fomos soldados numa luta que é minha e tua |
Agora olho para trás e vejo que a luta continua |
Às vezes sinto falta como ar para um pulmão |
Sento, relaxo, relembro e bate a emoção |
Tipo pele de galinha, a ouvir um granda beat |
«Ya Gutto, nós fomos os primeiros filhos da street» |
Word, mais do que a música avalia a cultura |
A rima mais fresh com a batida mais dura |
Eu vivi emoções com as quais nunca sonhei |
Mano o que eu sinto pelo rap só eu sei |
Isto é um amor para a vida inteira |
Começou em 86 nas Lajes na Ilha Terceira |
O Tony fez lá a tropa, trazía-me as novidades |
Mixtapes americanas com as novas sonoridades |
Eu não sabia o que era aquilo, mas sabia que adorava |
Grandmaster Flash, Sugarhill e tantos que eu escutava |
Imitava e rimava em inglês, primeira vez, não me satisfez |
Quando rimei em português (Ai é?) (É!) |
Mas aos poucos fez-se justiça |
O Pensador mostrou que a língua lusa era a premissa |
Tudo que conseguia arranjar, ouvia tipo missa |
Devorava cassetes, Yo! MTV Raps vindas da Suiça |
«Em 93', na altura do Verão, né?» |
O Hernâni convidou 7 grupos para a gravação |
Rapública tornou-se a primeira compilação |
O que parecia brincadeira, tornou-se então uma missão |
Rapper full-time, conquistei uma audiência |
Agradeço ao Rui Miguel, obrigado pela insistência |
Eu e o Q-pid a gravar pela Norte-Sul |
Fiz o Manda-Chuva nos mandamentos da old-school |
De La Soul, Mobb Deep, Nas, EPMD |
Pete Rock, Kool G, Gang Starr e PE |
Big Daddy Kane, KRS, Biggie, Tribe Called Quest |
Jay-Z, East Coast (Ya, mas também curtíamos West) |
Dre, NWA, Warren G, Snoop Dogg |
Cypress Hill, Ice Cube, Tupac, Nate Dogg |
Foram tantos professores, com quem aprendi a ser MC |
«Ya, até subiste ao palco no Porto com o Ice-T» |
Ya, em Nova Iorque comparam-me ao Rakim |
Não gosto de comparações, mas confesso que foi sublime |
T.O.P, Dream Team, Troy foi o meu padrinho |
Álbum gravado, pronto a passar no programa do Mariño |
Longo caminho, desde o Bambataa Zulu pioneiro |
Quem diria que o acompanharia no Rio de Janeiro |
Dá-me o mic, o beat, o MC, e o DJ |
Ainda cá estou, o que sinto pelo rap só eu sei |
O Verdadeiro |
O Verdadeiro |
O Verdadeiro |