Інформація про пісню На цій сторінці ви можете ознайомитися з текстом пісні Fórmula Mágica da Paz, виконавця - Racionais MC's.
Дата випуску: 21.12.2023
Вікові обмеження: 18+
Мова пісні: Португальська
Fórmula Mágica da Paz |
Essa porra é um campo minado |
Quantas vezes eu pensei em me jogar daqui? |
Mas, aí, minha área é tudo o que eu tenho |
A minha vida é aqui e eu não consigo sair |
É muito fácil fugir mas eu não vou |
Não vou trair quem eu fui, quem eu sou |
Eu gosto de onde eu tô e de onde eu vim |
Ensinamento da favela foi muito bom pra mim |
Cada lugar um lugar, cada lugar uma lei |
Cada lei uma razão e eu sempre respeitei |
Qualquer jurisdição, qualquer área |
Jd. Santo Eduardo, Grajaú, Missionária |
Funchal, Pedreira e tal, Joaniza |
Eu tento advinhar o que você mais precisa |
Levantar sua goma ou comprar uns pano |
Um advogado pra tirar seu mano |
No dia da visita você diz |
Que eu vou mandar cigarro pros maluco lá no x |
Então, como eu tava dizendo, sangue bom |
Isso não é sermão, ouve aí, tenho o dom |
Eu sei como é que é, é foda parceiro |
É, a maldade na cabeça o dia inteiro |
Nada de roupa, nada de carro, sem emprego |
Não tem ibope, não tem rolê, sem dinheiro |
Sendo assim, sem chance, sem mulher |
Você sabe muito bem o que ela quer (é) |
Encontre uma de caráter se você puder |
É embaçado ou não é? |
Ninguém é mais que ninguém, absolutamente |
Aqui quem fala é mais um sobrevivente |
Eu era só um moleque, só pensava em dançar |
Cabelo black e tênis All Star |
Na roda da função mó zoeira |
Tomando vinho seco em volta da fogueira |
A noite inteira, só contando história |
Sobre o crime, sobre as treta na escola |
Eu não tava nem aí, nem levava nada a sério |
Admirava os ladrão e os malandro mais velho |
Mas se liga, olhe ao seu redor e me diga: |
O que melhorou? da função quem sobrou? |
Sei lá, muito velório rolou de lá pra cá |
Qual a próxima mãe que vai chorar? |
Ha, demorou mas hoje eu posso compreender |
Que malandragem de verdade é viver |
Agradeço a Deus e aos Orixás |
Parei no meio do caminho e nem olhei pra trás |
Meus outros manos todos foram longe demais |
Cemitério São Luiz aqui jaz |
Mas que merda, meu oitão tá até a boca |
Que vida louca! Por que é que tem que ser assim? |
Ontem eu sonhei que um fulano aproximou de mim |
«Agora eu quero ver ladrão» (pá! pá! pá! pá!) e fim |
É, sonho é sonho, deixa quieto |
Sexto sentido é um dom, eu tô esperto, morrer é um fator |
Mas conforme for, tem no bolso e na agulha e mais 5 no tambor |
Joga o jogo, vamo lá, caiu a 8 eu mato a par |
Eu não preciso de muito pra sentir-me capaz |
De encontrar a Fórmula Mágica da Paz |
Eu vou procurar, sei que vou encontrar, eu vou procurar |
Eu vou procurar, você não bota uma fé, mas eu vou atrás |
(Da minha fórmula mágica da paz) |
Eu vou procurar, sei que vou encontrar |
(Procure a sua) eu vou procurar, eu vou procurar |
Você não bota uma fé |
(Eu vou atrás da minha) Você não bota uma fé |
Caralho, que calor, que horas são agora? |
Dá pra ouvir a pivetada gritando lá fora |
Hoje, acordei cedo pra ver |
Sentir a brisa de manhã e o sol nascer |
É época de pipa, o céu tá cheio |
15 anos atrás eu tava ali no meio |
Lembrei de quando era pequeno, eu e os cara |
Faz tempo, faz tempo e o tempo não para |
Hoje tá da hora o esquema pra sair |
É, vamo, não demora, mano, chega aí |
Cê viu onti? os tiro ouvi um monte, então |
Diz que tem uma pá de sangue no campão |
Ih, mano toda mão é sempre a mesma ideia junto |
Treta, tiro, sangue, aí, muda de assunto |
Traz a fita pra ouvir porque eu tô sem |
Principalmente aquela lá do Jorge Ben |
Uma pá de mano preso chora a solidão |
Uma pá de mano solto sem disposição |
Empenhorando por aí, rádio, tênis, calça |
Acende num cachimbo, virou fumaça! |
Não é por nada não, mas aí, nem me ligo, ó |
A minha liberdade eu curto bem melhor |
Eu não tô nem aí pra o que os outros fala |
4, 5, 6, preto num Opala |
Pode vir gambé, paga pau, tô na minha na moral |
Na maior, sem goró, sem pacau, sem pó |
Eu tô ligeiro, eu tenho a minha regra |
Não sou pedreiro, não fumo pedra |
Um rolê com os aliados já me faz feliz |
Respeito mútuo é a chave é o que eu sempre quis (Diz) |
Procure a sua, a minha eu vou atrás |
Até mais, da fórmula mágica da paz |
Eu vou procurar, sei que vou encontrar, eu vou procurar |
Eu vou procurar, você não bota uma fé, mas eu vou atrás |
(Da minha fórmula mágica da paz) |
Eu vou procurar, sei que vou encontrar |
(Procure a sua) eu vou procurar, eu vou procurar |
Você não bota uma fé |
(Eu vou atrás da minha) Você não bota uma fé |
Choro e correria no saguão do hospital |
Dia das criança, feriado e luto final |
Sangue e agonia entra pelo corredor |
«Ele tá vivo? Pelo amor de Deus, doutor» |
4 tiros do pescoço pra cima |
Puta que pariu a chance é mínima |
Aqui fora, revolta e dor |
Lá dentro estado desesperador |
Eu percebi quem eu sou realmente |
Quando eu ouvi o meu subconsciente: |
(E aí mano brown, cuzão? cadê você? |
Seu mano tá morrendo o que você vai fazer?) |
Pode crer, eu me senti inútil, eu me senti pequeno |
Mais um cuzão vingativo, vai vendo |
Puta desespero, não dá pra acreditar |
Que pesadelo, eu quero acordar |
Não dá, não deu, não daria de jeito nenhum |
O Derley era só mais um rapaz comum |
Dali a poucos minutos |
Mais uma Dona Maria de luto |
Na parede o sinal da cruz |
Que porra é essa? Que mundo é esse? Onde tá Jesus? |
Mais uma vez um emissário |
Não incluiu o Capão Redondo em seu itinerário |
Porra, eu tô confuso, preciso pensar |
Me dá um tempo pra eu raciocinar |
Eu já não sei distinguir quem tá errado, sei lá |
Minha ideologia enfraqueceu: |
Preto, branco, polícia, ladrão ou eu? |
Quem é mais filha da puta, eu não sei |
Aí fudeu, fudeu, decepção essas hora |
A depressão quer me pegar vou sair fora |
2 de novembro era finados |
Eu parei em frente ao São Luís do outro lado |
E durante uma meia hora olhei um por um |
E o que todas as senhoras tinham em comum: |
A roupa humilde, a pele escura |
O rosto abatido pela vida dura |
Colocando flores sobre a sepultura |
(Podia ser a minha mãe) Que loucura |
Cada lugar uma lei, eu tô ligado |
No extremo sul da Zona Sul tá tudo errado |
Aqui vale muito pouco a sua vida |
A nossa lei é falha, violenta e suicida |
Se diz que, me diz que, não se revela: |
Parágrafo primeiro na lei da favela |
Legal, assustador é quando se descobre |
Que tudo deu em nada e que só morre o pobre |
A gente vive se matando irmão, por quê? |
Não me olha assim, eu sou igual a você |
Descanse o seu gatilho, descanse o seu gatilho |
Entre no trem da malandragem, meu rap é o trilho |
Vou dizer… |
Pra todas a famílias ai que perderam pessoas importante morô, meu? |
Não se acostume com esse cotidiano violento |
Que essa não é a sua vida, essa não é a minha vida morô, mano? |
Aí Derlei, descanse em paz! |
Aí Carlinhos procure a sua paz! |
Aí quico, você deixou saudade morô, mano? |
(Agradeço à Deus e aos Orixás) |
Eu tenho muito a agradecer por tudo |
(Agradeço à Deus e aos Orixás) |
Cheguei aos 27, sou um vencedor, tá ligado mano? |
(Agradeço à Deus e aos Orixás) |
Aí procure a sua, eu vou atrás da minha fórmula mágica da paz |
Aí, manda um toque na quebrada lá, Cohab, adventista e pá rapaziada |
(Malandragem de verdade é viver) |
Se liga, procure a sua paz |
Aqui quem fala é Mano Brown mais um sobrevivente |
27 anos contrariando as estatística, morô? |
Procure a sua, você pode encontrar sua paz, seu paraíso, você pode encontrar |
seu inferno |
Eu procuro a paz |